terça-feira, 20 de março de 2012

ALÉM DA RUA no III FESTIVAL ETNOGRÁFICO DO RECIFE

III Festival do Filme Etnográfico do Recife

setembro 26th, 2011 § Deixe um comentário

O III Festival do Filme Etnográfico do Recife, de 26 a 29 de setembro de 2011, tem por objetivo premiar produções cinematográficas/videográficas, produzidas a partir de 2009, que apresentem qualidade técnica reconhecida na área. Foram inscritas produções nacionais e internacionais de documentários, que abordam questões socioculturais contemporâneas sobre pessoas, grupos sociais, processos históricos sob temáticas de interesse antropológico. Serão premiados o melhor filme etnográfico e o melhor documentário. Haverá também uma premiação especial do júri popular.
Este festival é uma promoção dos Programas de Pós-Graduação em Antropologia e Comunicação Social da Universidade Federal de Pernambuco.

Confira os filmes selecionados para o festival:

MOSTRA COMPETITIVA:
1. Aperreio (20’/dOty Luz e Humberto Capuci/Brasil/2010)
2. Capa de índio (24’/Aelson Pataxó/Brasil/2010)
3. Kotkuphi (30’/ Isael Maxakali/Pajé Filmes/Brasil/2011)
4. Zo’e – os homens da última fronteira (27’/Serge Guiraud/França/2009)
5. Quindim de Pessach (26’/Olindo Estevam/Brasil/2010)
6. Gisèle Omindarewa (71’/Clarice Peixoto/Brasil/2009)
7. Uma ciência encantada (20’/Chico Sales/Brasil/2010)
8. Jopói, todos juntos (53’/Miguel Vassy/Paraguai/2009)
9. Mbaraká – a palavra que age (26’/Edgar Teodoro da Cunha/Brasil/2011)
10. Peregrinos (17’/Adailton Pereira/Brasil/2010)
11. O corte do alfaiate (70’/João Castelo Branco/Brasil/2011)
12. Djero encontra Iketut em Bali (11’/Carmem Rial e Miriam Grossi/Brasil/2011)
13. Estranho amor (20’/Lucia Caus/Brasil/2010)
14. Toda qualidade de bicho (10’/Ângela Gomes e Cezar Moraes/Brasil/2011)
15. Ovos de dinossauro na sala de estar (12’/Rafael Urban/Brasil/2011)
16. Três Guardiões do Axé de Pernambuco (32’/Luca Pacheco/Brasil/2010)
17. Coco de improviso e a poesia solta no vento (25’/Natália Lopes/Brasil/2011)
18. Lá do leste (28’/Rose Satiko e Carolina Caffé)

MOSTRAS PARALELAS

Mostra “Comunidades Tradicionais e Identidades”

  1. A Marcha dos Três Reis - 48’ - direção: Sebastião Rios/Brasil/2011
  2. Cantos do Coité - 43’ - direção: Giselma Brito/Brasil/2011
  3. A Amazônia segundo Evangelista - 26’20’’ - direção: Gustavo Soranz/Brasil/2011
  4. Cambinda Estrela, maracatu de festa e luta - 15’ - direção: Adriano José da Silva Lima/Brasil/2010
  5. No ôco da Serra Negra - 15’ - direção: Povo Kambiwá e Telephone Colorido/Brasil/2010
  6. Barcos de Odivelas - 14’ - direção: Ângela Gomes/Brasil/2011
  7. Os Corrêa da Silva e Santos Reis - 24’ - direção: Douglas da Silva Barbosa/Brasil/2010
  8. Entre vãos - 20’ - direção: Luísa Caetano/Brasil/2010

Mostra “Narrativas, vida e cotidiano”

  1. Acercadacana - 20’ - direção: Felipe Peres/Brasil/2010
  2. Água pra que te quero! - 16’ - direção: Nívia Uchôa/Brasil/2010
  3. Alumia - 55’ - direção: Andrea Ferraz e Carol Vegolino/Brasil/2009
  4. Avenida Brasília Teimosa - 85’ - diretor: Gabriel Mascaro/Brasil/2010
  5. Barras e barreiras, retrato de Kelly Alves - 38’ - direção: Riccardo Migliore/ One Love Filmes/Brasil/2011
  6. Bom dia, meu nome é Sheila - 17’ - direção: Ângelo Defanti/Brasil/2009
  7. Capitão do mangue - 6’ - direção: alunos da Escola Erenita Rodrigues Trancoso/Brasil/2010
  8. Cine Nazaré - 19’ - direção: Thalles Chaves da Costa/Brasil 2010
  9. Crônicas de uma morte anunciada - 6’ - Ivan Canabrava e Ana Galli/Brasil/2011
  10. Doc de amor - 70’ - direção: Jucélio Matos/Brasil/2011
  11. Entre lugares: a invisibilidade do homem trans - 16’ - direção: Luiz Carlos Nascimento/Brasil/2011
  12. Hoje tem alegria - 25’ - direção: Fábio Meira/Brasil/2010
  13. Identidade – além do que se vê - 21’ - direção: Manuela Ramos e Mônica Braga/Brasil/2009
  14. Mãos de Itaparica - 54’ - direção: Emiliano Dantas/Brasil/2011
  15. No ventre da Poesia - 15’ - direção: Karlla Christine e Carlos Mosca/ Brasil/2011
  16. O diário de Márcia - 20’ - direção: Bertrand Lira/Brasil/2011
  17. O poeta e a bicicleta - 12’ - direção: Thalles Chaves da Costa/Brasil/2010
  18. Paredes pintadas - 74’ - direção: Pedro Santos/Brasil/2010
  19. PPCAAM - 19’ - direção: Ivan Canabrava e Eduardo François/Brasil/2010
  20. Raízes do Sertão - 13’ - Deleon Souto/Brasil/2010
  21. Irmãs - 15’ - direção: Gian Orsini/Brasil/2011
  22. Tempo impresso - 5’10’’ - direção: Marcos Enrique Lopes/Brasil/2011
  23. Bolpebra - 8’ - direção: Guilherme Marinho, João Castelo Branco e Rafael Urban/Brasil/2011
  24. Geada Negra - 52’ - direção: Adriano Justino/Brasil/2010
  25. Intelectuais indígenas - 20’ - direção: Vandimar Marques Damas/Brasil/2011

Mostra “Imagens e sons na cidade”

  1. Inacabado - 15’ - direção: Márcio Farias/Brasil/2010
  2. Além da Rua - 20’ - direção: Natália Viana/Brasil/2010
  3. As aventuras de Paulo Bruscky - 19’ - direção: Gabriel Mascaro/Brasil/2010
  4. Brincantes Fúnebres - 7’ - direção: Bruno Xavier/Brasil/2011
  5. Caetana, o Filme - 78’ - direção: Lívia Falcão e Andrea Ferraz/Brasil/2010
  6. Fado Vadio - 18’ - direção: Pedro Abib/Brasil/2010
  7. O mundo é uma cabaça - 10’ - direção: Ricardo Cavalcante/ Brasil/2010
  8. Pintando o 7 - 17’ - direção: Vitor Medeiros/Brasil/2011
  9. Seu Cavaco, Dom Bandolim e o choro de mestre Duduta na Rainha da Borborema - 52’ - direção: Riccardo Migliore e Thaíse Carvalho/Brasil/2011
  10. Taba - 16’ - direção: Marcos Pimentel/Brasil/2010
  11. Trilogia degenerada - 71’ - direção: Dário José Sako/Brasil/2010

Mostra “Ritual, religião e práticas tradicionais”

  1. Caboclo Clarão da Lua - 14’ - direção: Alexandre Almeida/Brasil/2011
  2. Escutando o coração das coisas - 23’ - direção: Sílvia Martins/Brasil/2010
  3. Encantaria na Umbanda - 16’ - direção: Júlia Ritez/Brasil/2011
  4. Na boca do pote - 30’ - direção: Juliana Rebelo/Brasil/2010
  5. Oferenda - 17’ - direção: Ana Bárbara Ramos/Brasil/2011
  6. Xupapoynãg - 14’ - direção: Isael Maxakali/Pajé Filmes/Brasil/2011

Mostra “Outros olhares” (Aliança Francesa)

  1. Faux Vintage - 19’ - direção: Stephen Nugent/Londres/2011
  2. Sueños de mayo - 27’ - direção: Mariana Rivera/México/2011 (Seleção Goldsmiths CVA)
  3. “Demolition” - 62’ - J.p. Sniadecki (Cina/USA) (Premiado Contro-Sguardi)

Mostra FioCruz “Imagens, Comunicação e saúde”

  1. A saúde em rede contra os surtos - 20’ - direção: Homero Teixeira/ Brasil/2010
  2. Cinematógrafo brasileiro em Dresden - 21’ - direção: Eduardo Thielen e Stelia Oswaldo Cruz/Brasil/2011
  3. Doença de Chagas – ontem e hoje - 26’ - direção: Eduardo Thielen/Brasil/2010
  4. Esquitossomose, quebrando o ciclo - 25’ - direção: Silvia Santos/Brasil/2010
  5. Leishmaniose visceral – conhecer para controlar - 25’ - direção: Eduardo Thielen/Brasil/2010
  6. Vigilância em saúde nos desastres: a experiência de Rio Branco/AC - 20 ’ - direção: Ieda Rozenfeld/Brasil/2010

Página oficial do festival: http://www.ufpe.br/recife-etnodoc/



http://www.ufpe.br/recife-etnodoc/mostra_paralela.html

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

ALÉM DA RUA na 8ª Mostra Cinema Popular Brasileiro

Memória, Identidade e Território


"O Programa Memória, Identidade e Território foi elaborado pela Equipe Curadora da 8ª MCPB a fim de contemplar um dos debates levantados por militantes da Memória Macaense através do Observatório da Memória Macaense, que também já fez do Bico da Coruja local para seus encontros informais. 
Serão exibidos quatro curtas nesse programa: o cearense ‘Além da Rua’ , ficção de Natalia Viana; narra as travessuras de Leo e seus amigos fotografando um bairro de classe baixa de Fortaleza, onde moram. Na sequencia serão exibidos: ‘Luiz Apple – A Vida de um Campeão’, de Nildo Ferreira. O curta faz parte do Programa Comunidade Educativa; projeto Resgate e Valorização da Memória Local, da Fundação Bunge, desenvolvido com alunos de escolas públicas. O projeto revela personagens que marcaram a historia de seus bairros e suas comunidades, como o Sr. Luiz Apple, grande goleiro e um dos primeiros moradores do bairro Jaguaré, em de São Paulo. ‘Barnabé, um guerreiro’, de Robson Lopes, também de Campina Grande, mas rodado em Salvador, mostra brevemente a rotina da vida de um senhor que perambula no Pelourinho vendendo cartões postais há mais de 40 anos. E, por último, o documentário recifense ‘Coisas do Além e do Recife Também’ dos diretores Marcela Alves, Mariana Lins e Rubem Carneiro: “Desde o Século XVI, quando as primeiras naus atracaram no Recife, os mistérios do Além passaram a fazer parte do cotidiano das pessoas. Não se sabe ao certo o porquê dessa relação íntima e assustadora, mas a verdade é que ela persiste até os dias de hoje”.



sábado, 18 de junho de 2011

Um olhar sobre o bairro Otávio Bonfim a partir do processo de montagem de Além da Rua.


Registrarei algumas reflexões a respeito do vídeo Além da Rua, realizado nos meses de novembro e dezembro de 2010 por nós, alunos da Escola de Audiovisual de Fortaleza, no ateliê Imagem e Cidade. Sei que muito se pode dizer sobre este vídeo e ainda quero dizer, mas aqui irei me deter apenas a um ponto: meu olhar sobre o bairro onde foi gravado este vídeo.

Além da Rua foi gravado em um bairro de Fortaleza, chamado por muitos de Otávio Bonfim, com nome real nos mapas de Farias Brito. Já havia eu morado em bairros próximos como o Monte Castelo e o Jacarecanga, ou seja, sempre passava por lá e quando fazia isso me sentia um pouco 'apertada' devido ao estreito espaço entre as ruas e as moradias. Quando comecei a montar Além da Rua até hoje, passei (e passo) a ver este lugar de uma maneira diferente da qual eu via.

Lembro que Natália Viana (diretora de Além da Rua) pretendia primeiramente fazer do vídeo uma junção de documentário e ficção. Documentário, como um registro dos espaços peculiares deste bairro (como o Cine Nazaré de Seu Vavá, a bodega de Seu João -Abacate-, o bar do Zé Bezerra, a praça do Otávio Bonfim, etc) e como um registro do que estava ocorrendo naquele espaço. Devido às reformas em Fortaleza, seria destruída a Estação de Trem do Otávio Bonfim que antes era um muro entre as duas fileiras paralelas de casas. Destruíram a estação, consequentemente, destruíram as barreiras que separavam estas casas. A partir daí, houve uma interação maior entre esses habitantes. Porém, após essa 'destruição', seria (e ainda será) construída uma avenida que ligaria duas avenidas principais de Fortaleza (Avenida Bezerra de Menezes com Avenida Jovita Feitosa). Era exatamente esse momento de transição, entre a destruição da estação e a construção da nova avenida, que Natália queria registrar em seu vídeo, o momento em que esses habitantes ficariam frente a frente e teriam entre eles um amplo espaço livre. O vídeo também seria ficção, com uma história entre a relação de meninos do bairro com esses espaços peculiares e com esse novo espaço transitório.

Para quem não conhece o bairro Otávio Bonfim e assiste ao vídeo, não sabe que o descampado onde os meninos jogam bola e soltam pipa era os trilhos. E se não informado, não sabe que naquele lugar será construída uma avenida. Mas esse momento de transição está lá registrado no vídeo, não com palavras, mas com imagens, sons e sentimentos. Além da Rua acabou não destacando o antes e o que seria o depois daquele espaço, mas destacou algo que para mim é mais importante, a vida.

O processo de montagem desse curta desenvolveu em mim um sentimento de apego e carinho àquele bairro, mesmo não estando lá durante as gravações. Durante todo processo deprodução, por falha minha, só estive lá uma vez para uma reunião de equipe. Posso dizer que me sinto íntima de todas aquelas pessoas e de todos aqueles espaços do vídeo de tanto vê-los, revê-los, ouvi-los. É até incômodo pensar que se um dia eu for falar com algum daqueles garotos, nenhum vai saber quem sou. Sou estranha a eles, mas eles não são estranhos a mim. Enquanto, todo o resto da equipe é conhecida por eles, eu sou a única que não. O trabalho de um montador é tão solitário e ao mesmo tempo tão íntimo, sensível e rico! Hoje, passo pelo bairro, infelizmente ainda de passagem, e vejo aquele lugar com uma beleza incrível, sinto uma exaltação naquele/por aquele lugar que é tão simples e tão rico de vida. Não sei se essa exaltação surge em mim, por me espelhar naquelas crianças e enxergar minha infância nos bairros onde morei e que hoje não são os mesmos. Porém, percebo que a cada momento que passo por lá, algo muda. Até agora não mudou muita coisa, mas sei que logo irá mudar com as reformas. Nesse momento, nostalgia. É bom saber que nessa cidade grande ainda há resquícios de espaços parecidos com aqueles que estive durante minha infância, porém aos poucos são vítimas de uma mutação urbana. Espaços assim, cheios de vida - onde as pessoas conversam na calçada, brincam na rua, andam de bicicleta o tempo todo, estendem as roupas nos muros, vendem e compram algodão doce e pipoca -, são mutilados a cada dia nas grandes cidades. Estas vão se igualando cada vez mais e, por exemplo, chega um momento em que vamos para os Estados Unidos e nos sentimos em Fortaleza. Claro que o mundo não chegará a esse ponto de tudo ser igual, pelo menos eu espero que não, pois sem as diferenças típicas desses lugares que graça haverá em viajar, em conhecer novos lugares?

Esse meu sentimento pelo bairro Otávio Bonfim a partir de Além da Rua, me fez refletir sobre quando filmamos a cidade. Quando olho para o antigo leito ferroviário, hoje transformado em um longo areal, onde é improvisado como área de lazer para as crianças, como consta no Além da Rua, observo aquele lugar pelos enquadramentos do filme. É como se meu olhar fosse filtrado por um enquadramento invisível que está encrostado lá, como se a obra audiovisual tivesse o poder de confrontar dois olhares, o habitual e o sensível. Quando aquele areal se transformar em uma grande avenida cheia de transportes automotivos, poluindo aquele ambiente, tirando aquelas pessoas das calçadas, prendendo-as em casa, como será o meu olhar? Um olhar nostálgico? Creio que sim, pois este olhar sensível já está recebendo nostalgia ao ver aquele ambiente se modificar aos pouquinhos. Não posso ser romântica e dizer que devemos 'congelar' a cidade, creio que isso seja impossível, talvez seja bom para determinados locais (é... às vezes a mudança é necessária). A cidade é uma mutante, já a cidade da obra audiovisual, felizmente, não é. Reflito agora como é importante o ato de gravar/filmar a cidade, seja que bairro, que rua, que beco, que qualquer coisa for nesse campo semântico. Não precisa ser documentário para registrar a cidade. Seja qualquer tipo de obra audiovisual, visual ou sonora. Agora me veio um rápido pensamento quanto a obras/registros sonoros sobre nossa cidade, quase não se fala sobre. Ainda não pesquisei se há registros da paisagem sonora de Fortaleza mais antiga, sei que há da atual, inclusive nossos técnicos de som devem ter muitos sons ambientes da cidade por aí. Prometo pesquisar sobre. Voltando ao assunto, estamos tão conectados à cidade que não percebemos que aos poucos ela entra em mutação, percebemos mais isso quando viajamos, passamos um bom tempo no hospital ou temos algum problema que não saímos de casa, quando voltamos a vê-la, surpresa! Ela se metamorfoseou! Ela não, nós a metamorfoseamos. Nós criamos e recriamos a cidade. Digo nós aqui, não nós realizadores, mas nós seres humanos, nós todos, nós crianças, jovens, adultos, idosos, do sexo feminino e masculino, de todas as cores, de todas as raças, ou seja, todos os nós. Outra forma de perceber essa metamorfose da cidade é quando vemos uma obra audiovisual feita há muito tempo e a comparamos com a cidade do agora.

A obra audiovisual tem o poder de decupar a cidade, de expor para nós um olhar que antes não era percebido. Pode nos influenciar a ver a cidade de uma outra maneira, com uma carga de sentimento, seja este positivo, negativo ou a mistura desses. Antes, via aquele bairro com uma certa indiferença, agora não mais. Ao pegar o material bruto do curta, - ver, selecionar, rever, cortar, colar, recortar, costurar, montar, remontar- senti o bairro como se ele fosse um ser humano ali em minha frente na sala de edição, vi suas marcas; os vestígios deixados pelo tempo; suas rugas na terra, nas paredes das casas; sua pele seca; sua respiração naquelas roupas no varal e seu coração batendo ainda forte com aquelas pessoas trabalhando, brincando, cantando, dançando, passeando... vivendo.

Marina Mapurunga, montadora de Além da Rua
em Fortaleza, março de 2011.